O pior dos piores
Publicado quinta-feira, dezembro 08, 2005 por G. | E-mail this post
Quando Cavaco se apercebeu de que o povo português lhe ia retirar o tapete da maioria que por duas vezes lhe havia estendido resolveu retirar-se da vida política e, simultaneamente, da vida partidária. Acabavam assim os anos do «cavaquismo».
É certo que mesmo que tivesse concorrido Cavaco teria perdido muito mais do que a maioria parlamentar. E é óbvio que isso também ele o sabia.
Dos governos de Cavaco fica a imagem de uma família reunida em torno do patriarca. Soberano e omnipresente, era Cavaco quem mandava.
Guterres era o líder do PS e, consequentemente, da Oposição. Viu, assim, cair-lhe nos braços um país. E ele tinha que o governar. O aparelho do PS mexeu-se e ao Governo do Engenheiro iria parar muito do que há de pior no PS. Depois já se sabe o que aconteceu. Guterres e os seus pares não governaram. Dialogaram, dialogaram tanto que seis anos depois o povo voltou a acreditar nas promessas alarnajadas de Durão Barroso, actualmente mais conhecido como José Manuel Barroso.
Do «guterrismo» sobram memórias da falta de eficácia governativa, da falta de unidade da esquerda portuguesa e, também, de um mau Governo. Convenhamos, Guterres tinha Ministros que lhe faziam sombra e que, provavelmente, tinham mais poder de decisão do que ele próprio. Por outro lado, tinha outros muito, muito fracos.
Vistas bem as coisas, Guterres não foi o pior do «guterrismo». Agora Cavaco, disso não tenho dúvidas e certamente que não me engano, foi e é o pior do «cavaquismo»!
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