25 de Novembro de 1993 | Marcha em silêncio contra a violência
Publicado segunda-feira, dezembro 05, 2005 por tms | E-mail this post
Já houve vários
postes sobre a manifestação de dia 24 de Novembro de 1993,
destaco o texto do Carlos, quando uns poucos milhares de estudantes universitários foram espancados pela polícia de Dias Loureiro.
No dia seguinte, cerca de dois milhares e meio de manifestantes de acordo com o "Público" concentraram-se, sem cartazes e em silêncio, em frente à Assembleia da República. Na escrita de Ana Henriques (PÚBLICO 26/11/93) era um silêncio "inacreditável", "uma massa estudantil muda" a "acenar com guardanapos de papel brancos".
Percorria-nos uma onda de choque, um sentimento de terror e uma incrível vontade de chorar perante a prepotência de um Estado policial. As imagens do massacre de Sta. Cruz, da Praça de Tianamen e do dia anterior, circulavam-nos na cabeça. Mas a onda de solidariedade era fantástica, para a semana seguinte já se anunciavam novas manifestações e greves, e naquele dia tinham sido várias as faculdades a fechar. Os dirigentes associativos de então dirigiam uma carta a Cavaco, em que se afirmava que "algo de errado se passa com a postura do Governo". Cavaco não respondia, aliás Cavaco nunca respondia.
Mário Soares, então Presidente da República, "não querendo incendiar o país" manifestava-se "preocupado" declarando "ir pedir explicações ao primeiro-ministro" (PÚBLICO 26/11/93). Por sua vez o então Presidente da Assembleia da República, Barbosa de Melo (deputado do PSD), também afirmava ter ficado muito preocupado com os acontecimentos e que tinha pedido esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna.
E o SIS sempre a espreitar...