Pior, era impossível
Publicado terça-feira, dezembro 06, 2005 por Filipe Gil | E-mail this post
Talvez um dos piores cartazes de sempre da história da propaganda portuguesa. O
look "apanhado em flagrante na sanita" de Cavaco Silva diz tudo sobre a personagem...
Senhores marketeiros, por favor...poupem-nos!
É impressão minha o Cavaco está a ficar marreco. Se assim for já tenho o slogan:
Dá-lhe na marreca e vota nos outros!
bem visto!
são realmente os pequenos pormenores que marcam a diferença...e denunciam as trapaças!
Este até faz figura de bom cartaz comparado com os do Carrilho e do Carmona...
O Cartaz, finalmente chegou.
Foram muitas horas de pose, muito tempo de trabalho de Photoshop, um suave correr de filtros e efeitos especiais, até que todos nós chegássemos ao que já se sabia.
Há naquele estranho cartaz, em que se insiste em confundir Cavaco com Portugal, um apelo à frontalidade dos olhos.
Há um pouco de Louçã e de Maria de Lourdes Modesto.
Não é um mero retrato que se fique pela película do físico; não, também há uma suspeita de profundidade psicológica, o pormenor do olho esquerdo ligeiramente descaído, na tradição dos grandes mestres, como Van Eyck, Leonardo ou Hockney, que deixam antever os maravilhosos movimentos brownianos da Alma.
As pálpebras semi-cerradas deixam sentir que ali dentro palpita algo mais do que números: há também a musicalidade de uma caixa registadora, a brisa de uma revoada de títulos do Tesouro, a poesia de um relatório da Bolsa de Hong-Kong, mas declamado por Eunice Muñoz.
Para os que insistiam em ver ali um homem duro, há doravante toda uma infinita aura de sensibilidade, e um novo carisma: por fora, continua o velho vampiro de Boliqueime, mas, bem lá dentro, há agora uma infinita Katia Guerreiro.