Correio dos Leitores


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10 anos de ilusões, seguidos de 10 anos de silêncio: o que lá virá? (balanço politicamente incorrecto)


Eis um balanço para reflexão sobre as presidenciais, a política e o que aí vem, ou o que queremos construir:
Louçã: já não tem um movimento, só um partido com muitos dos vícios dos que critica (incluindo o carreirismo, a intromissão no associativismo, abandono do frentismo, etc.), mantém ainda boas propostas (segurança social, etc.);
Jerónimo: o vencedor do campeonato da 2.ª circular, deu alguma afectividade e humanidade a uma engrenagem, o que é obra;
Soares: afinal sempre travou o passeio na Avenida, mas foi o de Alegre, que o Cavaco não vai a desfiles de 25 de Abril e gosta de praças imperiais;
Alegre: propôs-se como provedor do cidadão (e é isso que deve ser um PR), evocou cidadãos livres, e tentou aprofundar a democracia reduzindo a partidarite reinante; está agora na encruzilhada: como refundar a esquerda, um partido efectivamente de esquerda democrática, ou tão-só reforço de movimentos cívicos de pressão sob os partidos e a agenda política, ou ambos?
Cavaco: eleitoralismo, silêncio e providencialismo, eis a receita; é uma mezinha duvidosa que alguns julgam miraculosa.
A 10 anos de ilusões (patente num desenvolvimento desequilibrado maquilhado por aumentos salariais pré-eleições, etc., e na assunção obsessiva da paternidade duma fase de crescimento devida sobretudo a boa conjuntura internacional), seguiram-se 10 anos de quase silêncio, frases sibilinas, assassinas da política de outros, o que virá lá agora? Por ora, temos um vira à minhota, com o PM a dar o braço (e a revelar o seu lado arrogante na sobreposição retaliadora à intervenção pública do 2.º melhor candidato presidencial, aqueles que pelos vistos o PS devia ter apoiado).
E as forças progressistas, terão força para se reformar e assim ajudar a refundar a política à portuguesa, ou preferem manter uma obsoleta paisagem política, em que os partidos monopolizam o espaço público (obstaculizando o livre e autónomo aprofundamento da sociedade civil e das suas associações voluntárias, desvalorizando as agendas sociais, culturais, ambientais e cívicas), ainda por cima, arrastando-se em programas incongruentes: um PCP é socialista-estatizante, um BE era um movimento dito frentista e agora é tão-só mais outro partido, um PS é social-democrata/ neo-liberal e um PSD é neo-liberal centrista de direita e um PP é centrista/neo-liberal/social-cristão?
É esta a encruzilhada.

PS: A ler, com atenção, é o balanço “Presidenciais: o fim da "coisa" & o "santinho" de Boliqueime”, em http://www.almocrevedaspetas.blogspot.com.


Daniel Melo


3 Responses to "Correio dos Leitores"

  1. Blogger Rini Luyks 

    "Eu teria vergonha de ser de um país com um presidente como Cavaco Silva", Luís Miguel Cintra (homem de cultura), 1995.
    "Cavaco Silva é como um eucalipto: provoca aridez à sua volta", Miguel Cadilhe (Ministro das Finanças no Governo de Cavaco Silva), 2005.
    Mais palavras para quê? Diria eu. Mesmo assim, ele ganhou.
    Na minha terra temos um provérbio que diz: "Um burro não se magoa duas vezes à mesma pedra". Ó meu Portugalzinho, what have you done??
    O que eu vou guardar como recordação desta noite negra de 22 de Janeiro de 2006 é uma panela com jantar carbonizado no fundo, esquecida ao lume enquanto eu estava a praguejar em frente do televisor. Como disse a ilustre Teresa Guilherme: "Quem tem ética passa fome".

  2. Anonymous Anónimo 

    Pérola sobre o atropelamento do Alegre pelo muletas:
    "Está mal...
    Por Eleitor inconformado - Almada
    Tadinho do Alegre... estava ele a vangloriar a sua brilhante vitoria eleitoral e a explicar aos portugueses tudo o que ia fazer com os seus 20% de votos e vem dai um individuo de muletas e começa a falar ao mesmo tempo... é pá.. não concordo. Já não ha respeito por quem ganha eleiçoes. é certo que nao podemos discriminar contra pessoas de muletas nem com penteados afro-asiaticos nem com tips que se vestem de mlher.. mas possa... o Alegre estava mesmo mesmo quase a começar a declamar um verso pá... Haja respeito. Alem disso acho mal que tenham calado aquela senhora que estava com a bandeira do PCTP/MRPP e chefiava um grupo de mais de 3 pessoas em frente à sede de campanha do Garcia Pereira. Logo quando ela estava para contar o que aconteceu ao vizinho do 4° Esquerdo por ter comprado uma das novas botijas de gas da GALP. Esta democracia está podre. Jiorge Bucha bem para Portugal que precisamos de um macho como tu para meter ordem no pessoal!
    (in Público on-line)

  3. Anonymous Anónimo 

    Pois é, o Zé dos Tremoços está de volta e divulga os prémios de consolação aos candidatos (ide ao www.armadopovo.blogspot.com).

    Com o patrocínio das Colecções Refilai!

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Quem somos?

    Fazemos parte de uma geração que nasceu politicamente com Cavaco Silva como Primeiro-Ministro. Organizámos e participámos em manifestações, vigílias e reuniões por um mundo que sabíamos não dever ser dominado por um gestor iluminado que com discursos de rigor escondia o desenhar da crise em que continuamos a viver. Porque temos memória, não esquecemos Cavaco, tal como não esquecemos os seus ministros. Não esquecemos as violentas cargas polícias sofridas, pelas escadarias da Assembleia da República e dentro das Universidades. Não esquecemos o spot da TSF que, da ponte 25 de Abril, lançava o grito para que "gajos ricos, gajos pobres"; se juntassem. Não esquecemos os políticos que Cavaco formou e que o continuaram; Durão Barroso, Santana Lopes, Valentim Loureiro, Isaltino Morais ou Alberto João Jardim. Não esquecemos em Cavaco, o contínuo desrespeito por tudo o que era cultura, arte ou memória. E também não esquecemos aquele dia em que Cavaco perdeu e que nos deixou reentrarmo-nos em torno das nossas vidas. Fomos desobedientes naquela altura e agora torna a ser necessário voltar a sê-lo!

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