Contra o Cavaco, marchar, marchar!
Publicado terça-feira, janeiro 17, 2006 por tms | E-mail this post
Defini como objectivo para esta semana trabalhar para derrotar o Cavaco Silva. As eleições estão à porta e, surpresa das surpresas, Cavaco continua com maioria absoluta nas sondagens. Valem o que valem, mas continua a fazer-me muita confusão pensar que a maioria dos portugueses o vêem como um D. Sebastião, porque não será certamente por aquilo que ele (não) diz!
Se à partida entre mim e o Cavaco havia um conflito ideológico muito grave, acentuado pelos anos de governação em que imperou uma política de lobbies, de betão e de absurdos neoliberais como as privatizações de boa parte das nossas melhores empresas públicas, a campanha que ele tem feito levou-me a pensar que o Cavaco Silva pode efectivamente ser um fascista.
Assim, pensei em conduzir uma análise do candidato a Belém (ai que até dói pensar nisto), à luz das 14 características do fascismo (http://ellensplace.net/fascism.html). No entanto, a retórica demagoga do Cavaco Silva, impossibilita qualquer análise simples, que estaria ao nível do tempo que posso dedicar a um blog.
Verifiquei contudo que, na sua campanha, existem fortes e continuadas expressões de nacionalismo, a começar pelo seu cartaz: "Sei que Portugal pode vencer". Até me provoca tremores. É que para haver um vencedor é preciso haver uma competição em que há vencidos. Quem serão os vencidos, outros países? Quais? Só me ocorre pensar que sejam os países do Sul, os do costume, os colonizados e escravizados pela mão invisível (mas de efeitos bem visíveis) do sistema económico neoliberal que o Doutor Cavaco tanto defende.
Por outro lado, as suas ambições incluem que "a afirmação de Portugal no mundo não é independente das suas forças armadas". Ou seja, o uso da força, ou da demonstração do poder nacional como forma de promoção da imagem. E não rejeita a NATO.
O candidato também parece não gostar muito de imigrantes, pela ameaça que são à estabilidade da economia portuguesa. Há aqui, a juntar ao nacionalismo, um certo desdém pelos direitos humanos. Este é agravado pelos seus anos de governação, que reforçaram um estado policial, onde ocorreram vários actos de agressão a manifestantes políticos. São exemplo os que ocorreram pela mão dos estudantes na Assembleia da República e onde participei e assisti à violência.
O ex-libris deste estado de brutalidade policial está em Luís Miguel Figueiredo, jovem de 18 anos que foi baleado durante os protestos contra a portagem da ponte 25 de Abril em 24 de Junho de 1994. A polícia na altura alegou ter usado balas de borracha e disparado para o ar, mas veio a provar-se que a bala era verdadeira. O jovem ficou paraplégico, mas, como em qualquer estado policial, não foi possível provar o autor dos disparos. A queixa que o jovem apresentou foi assim metida na gaveta, mas quem devia ser julgado agora era Cavaco Silva, pelos portugueses, no próximo Domingo.
Olhando para o resto da lista de características do fascismo, fico tentado a continuar a percorrê-la e a preencher com memórias e pesquisas sobre a governação do firme e hirto Cavaco e o discurso que tem tido na sua campanha. Até o Santana já alertou para o perigo que o Cavaco seria por gerar um problema de (abuso de) poder institucional! Parece que, com tempo, iria parar a todas ou quase todas as categorias, mas esse tempo não existe e há outros activismos que tenho a fazer, contra ele e contra os sanguinários neoliberais e por este mundo que está constantemente ameaçado por todos eles.
Cidadãos acordados e conscientes de todo o país, uni-vos em acções subversivas contra o Cavaco! O perigo está à espera depois das eleições! Eu não vou ficar parado a ver!Gualter no
Palha de Erva
bom post...
Infelizmente o povo Português tem memória curta. Já não se lembra da governação ditatorial de cavaco Silva e da dificuldade deste em conviver com críticas.
Mas se é de economia que o povo quer falar, digamos em verdade que até nesse ponto não foi grande coisa a governação de cavaco. Gostaria de poder fazer mais alguma coisa para mudar o rumo dos acontecimentos.
Pelo menos convencer algumas pessoas do que estão prestes afazer.
A missão impossível. Antes um X-file soarista?